sexta-feira, outubro 30, 2009

Texto de Natalia Klein

Chegou sem titulo e confesso que no primeiro momento nem dei muita importancia, mas resolvi pulicar depois de ler.

(Sem Titulo)

Se os corações fossem pequenas casas, a cada pessoa seria destinado um cômodo.

A grande maioria jamais passaria da cozinha. Ficaria por ali, perambulando, à espera de um convite para a disputada sala de estar, onde tudo supostamente estaria acontecendo. Enquanto isso, algumas pessoas seriam encaminhadas à área de serviço, onde tentariam colocar as coisas em ordem. Iriam lavar, passar, limpar.

Tudo para agradar e, quem sabe, ser recompensadas.

Mas, mesmo que o dono da casa as tratasse com carinho, no fundo, elas saberiam o seu lugar. Os que forçassem a entrada seriam mandados diretamente para o banheiro, onde ficariam presos até que o proprietário decidisse dar ou não a descarga final. Aos poucos sortudos, caberiam os quartos. No plural, porque o dono da casa saberia que, ao longo da vida, iria receber mais de um hóspede importante.

Alguns seriam jogados no lixo, é triste admitir.

E depois seriam levados para fora de casa, em grandes sacos pretos. Outros até trocariam de cômodo. Dentre os festeiros da sala, um deles poderia passar a noite no quarto. Talvez mais de uma. E, talvez, depois de várias noites, esse mesmo indivíduo poderia acabar indo embora pela descarga.

Não existem regras definidas para o funcionamento dessa pequena casa. Uma mesma pessoa pode ocupar diferentes cômodos em diferentes corações. Você pode estar fadado à área de serviço de um, mas também pode ocupar a suíte master de outro. Todos nós, se já não estivemos, ainda estaremos em cada um desses lugares e experimentaremos a frustração de não nos sentirmos devidamente alocados. Mas, com sorte, também saberemos como é bom ser escolhido para um cantinho quente e protegido da casa.

De todo jeito, a maneira mais surpreendente de se conquistar um coração é quando você entra pela área de serviço, de mansinho. Sem fazer muito barulho, você chega até a festa da sala e, pouco a pouco, acaba se destacando entre os demais convidados. Quando menos espera, sua escova de dente já está no banheiro.

Abrir a porta do quarto agora é uma mera formalidade.
Porque, a essa altura, a casa inteira também é sua.

Texto de Natalia Klein. Formada em Rádio e TV pela UFRJ, redatora do programa humorístico Zorra Total
(pelo menos foi o que recebi)

sábado, outubro 24, 2009

Frase do dia

A gente que enfrenta o mal, quando a gente fica em frente ao mar, a gente se sente melhor!
Nando Reis

terça-feira, outubro 20, 2009

A evolução da decadência - estudos

1. Ensino de matemática em 1950:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda . Qual é o lucro?

2. Ensino de matemática em 1970:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda ou R$ 80,00. Qual é o lucro?

3. Ensino de matemática em 1980:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00. Qual é o lucro?

4. Ensino de matemática em 1990:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( ) R$ 20,00 ( ) R$40,00 ( ) R$60,00 ( ) R$80,00 ( ) R$100,00

5. Ensino de matemática em 2000:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00. O lucro é de R$ 20,00. Está certo?
( ) SIM ( ) NÃO

6. Ensino de matemática em 2008:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$100,00. O lucro é de R$20,00. Se você souber ler, coloque um X ao lado do R$20,00.
( ) R$20,00 ( ) R$40,00 ( ) R$60,00 ( ) R$80,00 ( ) R$100,00

... o que virá depois?

segunda-feira, outubro 19, 2009

A evolução da decadência!

A medida que o mundo evolui, parece que o que decai são os conceitos, cada vez mais perde-se as margens do que é certo ou errado!
Gladson Curcio Viana - 19/10/2009

terça-feira, outubro 13, 2009

A Diferença entre Sonho e Pesadelo

Sonho: é comer um churrasco preparado por gaúchos, numa praia nordestina, com mulheres mineiras, organizado por paulistas e animado por cariocas.

Pesadelo: é comer um churrasco preparado por mineiros, numa praia gaúcha, com mulheres nordestinas, organizado por cariocas e animado por paulistas.

quinta-feira, outubro 08, 2009

Frase do dia

Se você obedecer a todas as regras, vai perder toda a diversão
Direto do Orkut

quarta-feira, outubro 07, 2009

Pobres alunos

Entre as lembranças de minha vida, destaco a alegria de lecionar Português e Literatura no Instituto de Educação, no Rio. Começávamos nossa lida, pontualmente, às 7h15.

Sala cheia, as alunas de blusa branca engomada, saia azul, cabelos arrumados.Eram jovens de todas as camadas. Filhas de profissionais liberais, de militares, de professores, de empresários, de modestíssimos comerciários e bancários.Elas compunham um quadro muito equilibrado. Negras, mulatas, bem escuras ou claras, judias, filhas de libaneses e turcos, algumas com ascendência japonesa e várias nortistas com a inconfundível mistura de sangue indígena. As brancas também eram diferentes. Umas tinham ares lusos, outras pareciam italianas.Enfim, um pequeno Brasil em cada sala.

Todas estavam ali por mérito!

O concurso para entrar no Instituto de Educação era famoso pelo rigor e pelo alto nível de exigências.Na verdade, era um concurso para a carreira de magistério do primeiro grau, com nomeação garantida ao fim dos sete anos. Nunca, jamais, em qualquer tempo, alguma delas teve esse direito, conseguido por mérito, contestado por conta da cor de sua pele! Essa estapafúrdia discriminação nunca passou pela cabeça de nenhum político, nem mesmo quando o País viveu os difíceis tempos do governo autoritário.

Estes dias compareci aos festejos de uma de minhas turmas, numa linda missa na antiga Sé, já completamente restaurada e deslumbrante. Eram os 50 anos da formatura delas! Lá estavam as minhas normalistas, agora alegres senhoras, muitas vovós, algumas aposentadas, outras ainda não.Lá estavam elas, muito felizes. Lindas mulatas de olhos verdes. Brancas de cabelos pintados de louro. Negras elegantérrimas, esguias e belas.Judias com aquele ruivo típico.E as nortistas, com seu jeito de índias.Na minha opinião, as mais bem conservadas. Lá pelas tantas, a conversa recaiu sobre essa escandalosa mania de cotas raciais.Todas contra!

Como experimentadas professoras, fizeram a análise certa.

Estabelecer igualdade com base na cor da pele? A raiz do problema é bem outra. Onde é que já se viu isso? Se melhorassem de fato as condições de trabalho do ensino de primeiro e segundo graus na rede pública, ninguém estaria pleiteando esse absurdo. Uma das minhas alunas hoje é titular na Uerj. Outra é desembargadora. Várias são ainda diretoras de escola. Duas promotoras. As cores, muitas. As brancas não parecem arianas. Nem se pode dizer que todas as mulatas são negras. Afinal, o Brasil é assim. A nossa mestiçagem é histórica, aconteceu naturalmente. O País não tem dialetos, falamos todos a mesma língua. Não há repressão religiosa mais grave. A Constituição determina que todos são iguais perante a lei, sem distinção de nenhuma natureza! Portanto, é inconstitucional querer separar brasileiros pela cor da pele. Isso é racismo! E racismo é crime inafiançável e imprescritível.

Perguntei: qual é o problema, então? É simples, mas é difícil.

A população pobre do País não está tendo governos capazes de diminuir a distância econômica entre ela e os mais ricos. Com isso se instala a desigualdade na hora da largada. Os mais ricos estudam em colégios particulares caros. Fazem cursinhos caros. Passam nos vestibulares para as universidades públicas e estudam de graça, isto é, à custa dos impostos pagos pelos brasileiros, ricos e pobres. Os mais pobres estudam em escolas públicas, sempre tratadas como investimentos secundários, mal instaladas, mal equipadas, malcuidadas, com magistério mal pago e sem estímulos. Quem viveu no governo Carlos Lacerda se lembra ainda de como o magistério público do ensino básico era bem considerado, respeitado e remunerado.

Hoje, com a cidade do Rio de Janeiro devastada após a administração de Leonel Brizola. Com favelas e seus moradores entregues ao tráfico e à corrupção, e com a visão equivocada de que um sistema de ensino depende de prédios e de arquitetos, nunca a educação dos mais pobres caiu a um nível tão baixo. Achar que os únicos prejudicados por esta visão populista do processo educativo são os negros é uma farsa. Não é verdade! Todos os pobres são prejudicados: os brancos pobres, os negros pobres, os mulatos pobres, os judeus pobres, os índios pobres! Quem quiser sanar esta injustiça deve pensar na população pobre do País, não na cor da pele dos alunos. Tratem de investir de verdade no ensino público básico. Melhorar o nível do magistério. Retornar aos cursos normais. Acabar com essa história de exigir diploma de curso de Pedagogia para ensinar no primeiro grau. Pagar de forma justa aos professores, de acordo com o grau de dificuldades reais que eles têm de enfrentar para dar as suas aulas. Nada pode ser sovieticamente uniformizado. Não dá!

Para aflição nossa, o projeto que o Senado vai discutir é uma barbaridade do ponto de vista constitucional, além de errar o alvo. Se desejam que os alunos pobres, de todos os matizes, disputem em condições de igualdade com os ricos, melhorem a qualidade do ensino público. Economizem os gastos em propaganda. Cortem as mordomias federais, as estaduais e as municipais. Impeçam a corrupção. Invistam nos professores e nas escolas públicas de ensino básico.

O exemplo do esporte está aí: já viram algum jovem atleta, corredor, negro ou não, bem alimentado, bem treinado e bem qualificado, precisar que lhe dêem distâncias menores e coloquem a fita de chegada mais perto? É claro que não. É na largada que se consagra a igualdade. Os pobres precisam de igualdade de condições na largada.

Foi isso o que as minhas normalistas me disseram na festa dos seus 50 anos de magistério! Com elas, foi assim.

Sandra Cavalcanti

(Professora, jornalista, ex-deputada federal constituinte, secretária de Serviços Sociais no governo Carlos Lacerda, fundou e presidiu o BNH no governo Castelo Branco)

segunda-feira, outubro 05, 2009

sexta-feira, outubro 02, 2009

Acabaram as provas, 2 semanas de provas todos os dias...

... o que restou de mim foi pouco menos do q as fotos mostram....
agora eu só quero uma coisa.

 
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